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Noite Escura da Alma “Onde estou?”

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Imagina que herdas uma casa dos teus avós que está inutilizada há algum tempo. Para se voltar a usar, há paredes que têm que vir abaixo e ser reconstruídas.

O mesmo acontece com as nossas crenças e estruturas internas. Às vezes têm que ser conscientemente destruídas, olhadas e descartadas. Às vezes temos que nos virar de frente para nós mesmos, seja ou não conscientemente, e dizer basta, isto já não faz sentido nenhum que eu seja ou sinta! E inicia-se uma reconstrução interna espantosa, que à vista é suja, confusa e dolorosa, mas profundamente é a atualização necessária para continuar.

Muitas depressões são momentos de reconstrução necessários. Às vezes resistimos tanto, durante tanto tempo, a deixar cair hábitos, comportamentos, crenças desatualizadas… não procuramos ajuda qualificada, vamos deixando estar em prejuízo de nós mesmos e de quem tem que nos aturar; que quando já não temos mãos para segurar aquilo, tudo cai e se espalha para todo o lado, causando um barulho enorme que toda a gente pode ouvir.

Estas reciclagens são no entanto saudáveis e portanto necessárias. Se não lhes damos o espaço que elas precisão, quando são são mais forte. E são a todos os seres humanos, mais frequentemente àqueles de nós que têm as melhores intenções de serem as melhores pessoas, possível. Estes de nós são aqueles com maior tendência a aceitar e reconhecer a necessidade da reconstrução e a se adaptar.

Quando queremos ser melhor, o nosso sistema passa por reconstruções. Porque a nossa herança cultural não é a mais compassiva, amorosa ou respeitadora, estas reconstruções podem ser muitas ao longo da nossa vida, dolorosas e confusas, porque contrariam muito aquilo que aprendemos como correto fazer.

Uma das crenças que muitos de nós aprendem é que quando alguém nos trata com violência devemos responder igualmente ou pior, para nos deixarem em paz. Mas esta não é a verdadeira paz. Ultimamente olho para a minha sombra neste aspeto e tenho percebido que quando respondo com mais guerra, mais guerra vem. Não saímos disto. Tem que haver alguém que receba sem dar de volta para o ciclo terminar. Terminar esta violência onde todos estamos “agarrados”. E falo de violência a todos os níveis, seja subtil ou explicita. Tem que acabar. Se todos não respondermos à violência do outro, ele deixa de ter com quem falar e o silêncio trata de lhe trazer o que ele precisa de entender.

A minha primeira experiência de noite escura foi a pior de todas, de longe.

Todas as seguintes têm sido muito menos intensas e de apenas alguns dias, porque já reconheço o que se está a passar e compreendo que apesar de no momento estar em escuridão total, em que nada racional ou emocionalmente resulta em bom daquilo que faço ou penso, nestes momentos de absoluta desconexão, já sei que um dia acordo e tenho as minhas forças e soluções melhoradas.

O que me fui apercebendo é que o que doí está muito relacionado ao nosso ego, aos nossos quereres, expectativas, sonhos, desejos, perspetivas normalmente egoístas… quanto mais nos reconstruimos, mais nos apercebemos que aquele derrubar e reconstruir foi absolutamente necessário. É como se tivéssemos um programa adaptado ao Windows 3  e de repente precisamos de usar esse programa que precisa de nova atualização porque estamos com o 10.

E no final é que nos damos conta do quanto lhe resistimos. Das quantas oportunidades tivemos de fazer diferente. A vida, as pessoas foram-nos dando sinais do que tinha que mudar, mas foi como se não os conseguíssemos ver realmente. Mas tudo tem o seu tempo, está tudo bem.

Se estás aqui, estás no caminho certo para uma melhor versão de ti.

Sei que estás confus@!

Sei que não entendes nada, nem para a frente, nem para trás, só tens vontade que acabe!

Não vês saída e sentes medo.

Tens a sensação de que ninguém te pode entender, porque tu própri@ não entendes.

Tens pensamentos difíceis e extremos. Suicidas às vezes!

È mesmo assim o processo!

Não é justo eu sei!

Só podemos melhorar algo se o conseguirmos ver. E ver choca, dói em profundidade. Por isso que nem sempre olhamos. Porque dói e não temos tempo para dores. Mas chega-se o momento em que não podemos protelar mais.

Eu agradeço a tua coragem. Porque de uma forma ou de outra, mais ou menos conscientemente, estás aqui, no mesmo sítio que eu, a ajudar a todos transformando-te numa pessoa melhor.

Eu sei que não parece assim, principalmente se te está a aperceber de tantas coisas que gostarias de mudar e nunca foste capaz. Tantas coisas de que não te orgulhas. Mas acredita, vais sair do outro lado e melhor se confiares e aceitares este processo. Queremos sempre ter tudo sobre controle e seremos os primeiros a dizer quais as melhores maneiras de “construir a casa”. Mas às vezes temos que largar o controle e confiar no empreiteiro. Ele sabe o que está a fazer. Confia no teu corpo. Ele sabe o que tem que fazer para responder aos teus desejos de uma vida melhor.

 

Aquilo que te ajuda mais, que te possa dizer aqui, é que em vez de teres a perspetiva:

“eu estou partid@, existe qualquer coisa de errado comigo”…

Antes abraça apertado a seguinte: “isto faz parte da minha evolução! Vou atravessa-lo o melhor que consiga e vou cuidar o melhor possível de mim e do meu corpo, alimentação, energia! Vou procurar ajuda se for preciso e vou aceitar que este é um passo necessário para a minha evolução. Eu aceito e agradeço! Vai tudo ficar melhor do que estava, ainda que eu não compreenda como!”

Isto muda a tua posição de vítima para ser empoderad@. Ganhas controle da tua disposição e até do processo, entregando em confiança a tua transformação ao teu ser maravilhoso que, apesar de não te conseguir explicar, sabe muito bem o que está a fazer.

Descansa o mais que possas, bebe muita água e alimenta-te bem (não é muito, é bem). Dá passeios na natureza, ouve musica calma, medita, chora e descansa outra vez.

Estou à tua disposição caso precises de uma mão extra na travessia do escuro.

Sou-te grata pelo esforço e coragem que estás a ter. Tens toda a minha admiração acredita. Eu sei o quão dificil pode ser.

 

Livre viagem alma amada.

 

Para leres mais sobre a minha primeira noite escura da alma clica aqui na minha página de Facebook

 

Cláudia Roque
Hipnoterapia e Aconselhamento
claudia@owningmytime.com

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